Uma juventude diferenciada

Das cartas escritas na 3ª série, e a falta de coragem para entregar, as partidas de futebol do fim de tarde. Naquela época, o maior sonho era ter um celular Quanta coisa vai ficando pra trás. Uma época boa, ou melhor, uma época excelente. Era tudo tão simples, porém muito agradável. Chegar num Colégio grande sem conhecer ninguém foi dificil. Aos poucos ia fazendo grandes amizades. No final do ensino fundamental, eu ja conhecia 40% das pessoas, mas mudei de período. Será que ia começar a terque construir uma vida toda novamente? Certamente eu teria. Mas foi ai que surgiu a melhor parte. Primeiro dia de aula do ensino médio, com medo e muita expectativa. Numa salada de gente de todo tipo, alguns conhecidos, outros eu nunca havia visto. A melhor coisa que já havia acontecido. Eu conhecia pessoas que serão importantes na longa caminhada da vida. Sempre tímido, quieto num canto com meu caderno escrevendo meus poemas românticos e minhas músicas. Aos poucos ia me soltando. De presente pra meninas, as grandes amizades surgiam num piscar de olhos, no passar de cada aula. Videogame naquela época era febre, futebol então, assim como nos dias de hoje. Quem diria que um dia, eu iria ter o apelido de Boiadeiro? Ah, se não tivesse conhecido o Renato, esse blog teria o titulo de 'Alex Rodrigues'. Pra selar essa parceria, eu e o Renato levando um banho de enchorrada vai ficar lembrado pra sempre, isso quando íamos no C.T. do Goiás falar com o Presidente do Clube. Leonardo, andou comigo feito condenados pra irmos à uma rádio AM divulgar uma dupla no nosso nome, que nem existia. Ir jogar videogame na casa do Renato pegando carona na bicicleta do Richiely e comentando com ele nossos inúmeros empates e jogos duros. Ouvir as 'pérolas' do nosso amigo Maiky, enquanto jogavamos videogame. Pegar no pé do Lucas o tempo todo, o chamando de bônus. Ouvir a frase clássica do Robert, 'Enquanto há vida, há esperança'. Ver o Vitor, falando o tempo todo do Vasco da Gama e fazendo seus inúmeros gols com o time do Arsenal (aquele Henry era o demônio e fazia sempre o 'black na entrada da área). As composições musicais do nosso amigo Eduardo serão inesquecíveis. E os campeonatos marcados para as aulas de Educação Física, que sempre eram resolvidos no final, quando se dividia aquele refrigerante bem gelado. O time do Sesc formado por 4 amigos: Alex, Renato, Maiky e Vitor. O futebol da quinta a noite no Ginásio do João Paulo, com vitórias suadas e aquela vibração contagiante de um time de amigos unidos. Aos poucos tudo foi se afastando. Pensamento dos companheiros evoluindo. Homens estavam sendo formados. Alguns se afastaram mesmo, outros ainda são vistos. Aquela amizade, nem de longe é como era mais. Mas as lembranças fortalecem esses laços, e fazem cada um de nós lembrarmos que um dia tivemos um grupo de irmãos. Nunca vi características tão diferentes, darem tão certas, quando juntas. Outros momentos como aqueles, não serão possíveis nunca mais. Porque as atitudes mudam, os caminhos são diferentes, mas o passado é eterno e não pode ser modificado.

Por: Alex Boiadeiro Rodrigues